Simplesmente colocar um professor do outro lado da câmera para alunos de todas as faixas etárias não é educação a distância. Fornecer uma ferramenta proprietária que suporta mais de 100 alunos não é educação a distância. Webconferência que prevê o acesso síncrono não é educação a distância.

Assim como, nunca foi educação a distância disponibilizar conteúdos, seja em PDF, em vídeo ou em animações. Nesse caso que tal chamar de “informação a distância”?

Claro que aprender a distância é mais fácil para quem é autodidata e é óbvio que ter disciplina também é uma característica positiva de quem estuda a distância, mas não são suficientes. Mesmo a pessoa que se denomina autodidata, precisa de diversas fontes para aprender, precisa acessar diferentes níveis de conteúdos, buscar assiduamente, enfim. Não será em um único curso, auotinstrucional, proposto pela melhor instituição, que fará um aluno aprender tudo sobre determinado assunto, é preciso muito mais. Sabe do que é preciso?

É preciso de um professor que conduza o aprendizado do aluno.

O professor sempre foi, e continuará sendo, o ator principal nesse processo. Mesmo que o ser humano esteja ensinando robôs com a Inteligência Artificial, o professor jamais será substituído!

Estamos vendo isso exatamente nesse momento, em que precisamos atuar com urgência. O professor é peça fundamental, pois horas de aulas estão sendo perdidas.

Mas não adianta jogar na mão do professor a tecnologia de mais alta performance se não houver formação! Formação para os professores usarem a tecnologia, e isso não é teoria que se lê em livros, isso é prática! Ferramenta de webconferência, seja qual for, não é novidade e nem a grande salvadora da educação! Essas ferramentas sempre puderam ser aplicadas na educação a distância e eu já usava em 2005 no curso da PUC-SP sobre Educação a Distância na Prática, nós utilizávamos uma gratuita da Open University da Inglaterra que podia ter 25 acessos simultâneos. No SENAC-SP por volta de 2009, nós usávamos o Adobe Connect, que era proprietário. Depois veio o Hangout, o Skype, o Youtube. O Zoom, a nova febre do momento, não tem nada de especial. O Teams da Microsoft só faz mais do mesmo, mas é só pra quem tem conta da Microsoft. Infelizmente não é só uma ferramenta que precisamos.

Instituições que só queriam lucrar ao substituir o professor por uma tecnologia, professores sem vontade de mudar seus métodos tradicionais, coordenadores que nunca tomaram a atitude de apostar em capacitações para professores. E no fim a maioria nunca foi, de fato, preparado para usar a tecnologia. A tecnologia é muito importante, é um apoio para o professor, e se bem empregada pode auxiliá-lo muito no processo de ensino e aprendizagem. Agora, em um momento similar à uma guerra, onde não podemos estar presentes fisicamente em uma sala de aula, precisamos usar a tecnologia. Estamos tendo que trocar o pneu com o carro andando. E vamos ter que conseguir, e ainda não deixar o carro parar, mesmo!

Não podemos aguardar uma posição nacional, pois isso está longe de acontecer, estão todos perdidos na saúde, que dirá na educação? Vamos ter que fazer com as próprias mãos, apostando no poder da comunidade local.

Por isso, Professor com mais experiência, ajude o seu colega também professor! Coordenador, você também vai ter que colocar a mão na massa e voltar a ministrar aulas, capacite seus professores a utilizar as ferramentas. E utilizem a internet para pesquisar o que está acontecendo no macro, mas a nossa atuação agora é micro, é local. Porque, afinal, se nada for feito, vamos ter uma perda muito maior! Os alunos vão perder um ano letivo. E você já parou para pensar o que é uma criança ou jovem ficar se estudar durante 1 ano?

Nossos alunos estão nas nossas mãos, mais do que nunca nesse momento! E dependemos da tecnologia. Conte comigo se precisar!